Death Stranding é um jogo de ação(?) e aventura(?) ambientado em um mundo pós apocalíptico onde a humanidade só existe sob bunkers e aqueles que arriscam suas vidas para realizar entregas de suprimentos no lado exterior detém um papel importante para a humanidade. O jogo aborda temas como conexão com vida e morte, multiverso e uma penca de coisas que só se passam na cabeça de Hideo Kojima.

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Nesse mundo devastado e maluco somos "Samuel Porteiro Pontes" (ou Sam Porter Bridges para os íntimos), um entregador da Shopee pós apocalíptico que trabalha como freelancer de entregas. Logo no inicio do jogo somos jogados para um plano de restruturação da sociedade, lhe dão um dispositivo que possibilita a conexão online entre estes bunkers, um bebê dentro de uma garrafa e lhe enviam em uma missão primordial de fazer entregas de todo o tipo de cacareco e instalar a internet do povo enquanto enfrenta criaturas tridimensionais, terroristas, trombadinhas e terrenos mais esburacados que as estradas BR. Uma jornada difícil e longa que só poderia ser criada pela cabeça de alguém com esquizofrenia, paranoia e muita m@conha.

Mas falando sério agora: Kojima é um gênio e quem discorda disso é hater. Qualquer um que jogou qualquer Metal Gear já se convenceu disso e em Death Stranding não foi diferente. A forma como ele aborda temas sensíveis e as transmite em forma de gameplay é simplesmente genial. De inicio você fica perdido e confuso, você olha um bebê dentro de uma garrafa e se pergunta "que porr@ é essa?", mas se tiver paciência (sim, e precisa ter muita) e progredir na campanha, as coisas vão fazendo um sentido que antes você acreditava que não teria.

A história do jogo é impecável, com muitas camadas, uma narrativa bem suave e com um final emocionante. Também é confusa e lenta, e requer que preste bem atenção nas cutscenes... e que são muitas mesmo! Um pequeno spoiler: após a última boss fight (sim, tem) serão 2 F0DEND0 HORAS de cutscenes, onde de fato tudo é revelado e todas as pontas soltas são amarradas. Portanto, se você não tiver a paciência de largar o controle, fazer uma pipoca e curtir uma obra prima do audiovisual nem abra esse jogo.

Todos os personagens do núcleo principal são incríveis, bem construídos e possuem papéis fundamentais para a história, além de serem muito bem interpretados por um dos maiores castings de atores já visto em um jogo de videogame.


Esse não é um jogo para todo mundo. Suas mecânicas são focadas em estratégia, movimentação e física, onde o trajeto é mais importante que o destino. Não é um jogo para ser jogado com pressa, você precisa aprender e entender como a física e os equipamentos funcionam para conseguir se locomover pelo mapa da forma mais eficiente possível. Entender como planejar uma rota evitando a chuva temporal, que deteriora a carga e tudo o que ela toca, é fundamental.

Sam se movimenta de forma lenta, afinal ele está carregando cargas. E dependendo do terreno e tipos de equipamentos que ele está usando, ele vai se locomover de forma mais lenta e desequilibrada ainda. Então paciência e dedicação para aprender é fundamental, pois o jogo não é difícil, não precisa ter skill, precisa apenas utilizar as ferramentas e equipamentos da forma correta. O jogo dispõe de vários tipos de ferramentas, como escadas, corda para escalada, exoesqueleto para carregar mais cargas, tirolesas, etc. Além disso, é possível construir estradas, pontes, torres de vigias e uma penca de instalações que ajudarão bastante.

Em um ponto mais avançado da campanha, são liberados os veículos. A jogabilidade deles é boa, porém assim como o Sam eles não trafegam muito bem em terrenos muito acidentados, então faz parte do planejamento de missão saber onde e quando utilizar os veículos. São dois tipos principais: motos e caminhões de carga. Se souber utiliza-los, dá para levar muita carga em períodos bem curtos.

E para surpresa de muitos, o jogo possui combate 😱! Você pode evitar combates o tempo inteiro durante a campanha (o que é recomendado), apenas em alguns momentos chave da história que o combate é obrigatório. Mas a opção existe e o jogo nos dá uma boa variedade de armas letais, não letais, granadas e luta corpo a corpo. Apesar de você poder matar inimigos, fazendo isso dá um problema gigante e que se você não resolver, dá game over. Então o jogo "te obriga" a usar as opções não letais.

As entidades que vagam pelo mapa, chamadas de EPs, se tiver paciência de se movimentar devagar consegue passar por elas sem grandes problemas. Mas se resolver enfrentar, é bem pior... Em um ponto mais avançado da campanha, será possível mata-las.
No incio você fica bem tenso quando passa por uma zona de EPs, mas depois enche o saco porque são muitas e você só quer sair dali o mais rápido possível.


É um jogo de mundo aberto, porém vazio. Então não há side quests ou eventos aleatórios acontecendo pelo mapa. O jogo é basicamente entregar. Entregas que exigirão tempo máximo, outras danos máximo e outras para entregar coisas aleatórias. Você vai de um ponto A ao ponto B, assiste o resultado e a avaliação da entrega, depois assiste uma longa cutscene e repete o processo. Por isso que muita gente suporta esse jogo no máximo até o capitulo 3, porque de fato não há uma grande variação na gameplay além de raras situações de combate e bossfight.

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Sim, o jogo é basicamente "always online" e de modo cooperativo. Mas não de um modo tradicional com PVE e PVP, e sim de forma indireta. Você joga em servidores com outros jogadores porém não os enxerga, você enxerga apenas as estruturas construídas por eles. Então você consegue utilizar escadas, cordas, pontes, estradas, etc. que outros jogadores deixaram ali ou construíram.

Esse formato foi genial, pois une os jogadores em pról de um objetivo em comum. Então muitas estruturas que eu constuí, fiz pensando em ajudar a comunidade. E isso é fod@ pra caralh0!

Porém, isso facilita bastante a gameplay e impede o jogador a evoluir e se planejar com mais eficiência. Pois em qualquer lugar de dificil acesso haverá uma estrutura construída por outro jogador que irá facilitar a sua vida.



O áudio geral do jogo é impecável em retratar o vazio que é aquele mundo. Você ouve os passos do Sam, o barulho do vento e mais nada. Não há pessoas, não há animais, não há nada. Uma pedra rola ao longe e você a ouve, porque não há mais nada para se ouvir. É uma serenidade relaxante e intensa ao mesmo tempo.

A trilha sonora é incrível e foi escolhida a dedo pelo Kojima. Músicas que talvez não seja do seu gosto, mas que casam perfeitamente com o mundo, história e gameplay.

Outro quesito impecável é a dublagem PT-BR. Dublado por excelentes dubladores BR e que conseguiram transmitir muito bem as atuações dos atores.


O jogo é lindo em todos os quesitos, desde a renderização até a iluminação. Mas o grande destaque é para a modelagem e expressões faciais dos personagens que são impecáveis. Você consegue entender cada sentimento que o ator está transmitindo em cada cena. Além de estar muito bem otiizado.

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DS é um jogo perfeito. Mas não perfeito porque é melhor que outros, mas perfeito naquilo que ele propôs. Proposta esta que só entende quem joga, porque ele não é um jogo para todo mundo. Em uma época em que a indústria estava tomada por battle royales e busca desenfreada por dopamina, Kojima ousou em inovar e propôs algo nunca visto até então. Então se você quer uma história intensa, emocionante e uma gameplay diferente de tudo que já jogou, vai fundo e compre essa obra prima.

Nota: 9,5/10