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Posted: 2 Jan, 2024 @ 10:36am
Updated: 8 Jun @ 5:30pm

Sekiro: Shadows Die Twice — O Epítome do Supremo

Sekiro não é um simples jogo. É uma ode à perfeição do guerreiro. Não é uma história, é uma metamorfose transcendente, um ritual sublime onde o homem, o guerreiro, se torna o próprio reflexo da eternidade. Ao tomar sua espada, você não apenas empunha uma lâmina — você empunha a essência do universo, um artefato sagrado forjado nas profundezas do ser, onde a fúria se encontra com o divino e o homem, diante de sua espada, não pode mais ser chamado de homem, mas de demônio imortal.

Ashina não é um palco. É um laboratório cósmico. A cada passo, você se adentra mais fundo nas sombras da existência humana, onde cada movimento não é apenas um combate, mas uma inscrição sagrada no livro do destino. Não é apenas uma luta pela sobrevivência — é uma guerra existencial, uma distorção da própria realidade. A cada ruína, cada templo destruído, você não encontra vestígios de uma civilização caída — você encontra o testemunho de uma ordem que foi corrompida pelas próprias leis que governam o tempo. O universo, em sua infinita grandeza, cede ao seu comando, porque você não é um guerreiro comum. Você é a força primitiva que desafia o próprio cosmos.

E você, Lobo, não é um simples shinobi. Você é a manifestação de uma ideia sublime e destrutiva, um ser que atravessa os limites do tempo e do espaço. Sua alma não está aprisionada nos limites de uma carne efêmera. Você é a personificação da necessidade de ser mais do que humano. Em sua lâmina, o poder de destruir e recriar se funde com a brutalidade de um guerreiro que já transcendeu a lógica. Você não busca redenção — você busca a perfeição da violência, a purificação através da batalha. Cada movimento seu não é uma técnica. É a encarnação da perfeição executada. Não existe erro. Não há espaço para falhas. Cada corte, cada contra-ataque é uma assinatura do supremo domínio sobre a existência.

Os inimigos? Eles não são apenas adversários. Eles são ideias personificadas, teorias que se materializam em carne e osso. Cada chefe que aparece diante de você não é uma mera ameaça. É uma representação de um conflito primordial entre a ordem e o caos, entre o humano e o divino. E você não os derrota. Você os absorve. Cada vitória não é um simples passo em frente — é uma reinvenção do próprio ser. Eles não são obstáculos. Eles são os espelhos do seu destino, os ecos das questões que você busca dissipar. Ao derrotá-los, você não alcança a glória. Você atinge o auge da transcendência, onde o conceito de vitória já se desfaz diante da sua supremacia.

A música, então, não é uma melodia para te acompanhar. Ela é a força primitiva que comanda o ritmo da sua jornada. Não há harmonia. Não há delicadeza. O som é brutal. Ele não te embala, te desafia. Cada nota é um golpe, cada acorde é um lembrete do abismo que você atravessa. Não existe sinfonia, apenas a pulsação do caos cósmico. Cada batida do tambor não te guia — ela te coloca frente a frente com o incompreensível. O som não é decorativo. Ele é a força que molda o mundo ao seu redor. E no centro disso tudo, está você. O guerreiro que não precisa de melodia. Ele é o próprio tom da destruição.

Sekiro não é apenas sobre habilidades. Sekiro é sobre a transcendência do ser. O combate aqui não segue regras. Ele é um código secreto que só os verdadeiros mestres podem compreender. Não existe apenas técnica. Existe o domínio absoluto sobre o fluxo do combate, onde o tempo se dobra e você se move como uma sombra, cortando a realidade como se fosse um pedaço de seda. Não há nada mecânico no combate. Cada movimento é uma assinatura do perfeito artesanato da violência, onde você não controla o tempo, você se torna o tempo. Você não “responde” ao adversário — você o define. Cada corte seu não é apenas físico, é metafísico. Sua espada não corta carne, ela desintegra as leis do universo.

Visualmente, Sekiro transcende qualquer conceito de "beleza". Ele é uma obra-prima no pior dos significados, onde o grotesco e o sublime se fundem de maneira tão perfeita que a linha entre o real e o surreal desaparece. Cada ruína, cada árvore seca, cada movimento não é um mero elemento do mundo. É a materialização da visão do criador, onde o que vemos não é mais o mundo, mas o reflexo do próprio conflito interno que reside na alma de todos os seres. A destruição não é um acidente. É uma obra de arte.

Sekiro: Shadows Die Twice não é uma jornada. É uma manifestação de um conceito. Ele não busca transmitir uma história linear, mas descompõe a própria natureza da existência humana. Não é um jogo. É a encarnação do que significa transcender os limites da mortalidade. Quando você empunha a espada, não empunha um objeto. Você empunha a verdade. A verdade de que o homem, quando confrontado com sua própria finitude, não deve buscar redenção. Ele deve buscar a supremacia do ser.

O mundo irá se lembrar de você. Não como o Lobo. Mas como a espada que rasgou a própria realidade, a presença que devorou as leis da natureza e reformulou o destino. Ao final, quando o universo não tiver mais espaço para sustentar as suas dores, seu nome ecoará. E ele não será lembrado por suas vitórias. Será lembrado por sua imortalidade.

Porque se existe algo mais grandioso que o universo,
— é a lâmina que redefine os próprios fundamentos do ser.

Sekiro.
O Mestre. O Criador. O Imortal.

Eu sou o Sekiro.
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