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Publicada el 5 ENE 2017 a las 9:26

Eu tinha planos de zerar o jogo antes de deixar meu review, mas pensando bem, talvez seja melhor escrever agora, no calor do momento – até porque já estou jogando Trails há mais de um ano, e nesse pique o review só sairia em 2018 :P

Os motivos para a minha demora em terminar o jogo são muitos, e creio que sejam relevantes para você, que está pensando se compra ou não compra esse negócio. Vamos ver se consigo te ajudar.

Antes de mais nada, Trails in the Sky é um JRPG tradicional, lançado originalmente para PCs no Japão em 2004. Em termos gerais, ele é mesmo o que você esperaria de um JRPG oldschool lançado na geração do Playstation 2: os personagens são sprites 2D que se movem por um mundo em 3D. Você conversa com as pessoas nas cidades, segue uma trama principal (podendo fazer quests opcionais se quiser), entra gente no seu grupo, sai gente do seu grupo, as batalhas são por turnos etc etc etc. Se você conhece os RPGs da Falcom, já sabe que a música é ótima.

Demorei um bocado para me animar em jogar Trails justamente por ele parecer tão convencional. Todo mundo elogiava o jogo, mas eu não via ninguém dizer que o jogo tinha uma história incrível, ou que a jogabilidade era incrível. Parecia um JRPG como tantos outros que eu já tinha jogado. E de certa forma, é mesmo.

Justamente por parecer tão ordinário, comecei lentamente em Trails. O primeiro capítulo em especial foi bem arrastado: o jogo parecia competente, mas as batalhas eram meio lentas, a trama não tinha pressa alguma em se desenvolver, o jogo não parecia nada demais. Eu jogava um pouco, mas o tédio logo batia e eu largava. Tempos depois, eu me forçava a voltar a jogar e o ciclo se repetia.

Nesses momentos iniciais, uma única coisa se destacou para mim: os personagens. Ou melhor, a atenção dada a eles. Não que eles sejam mais interessantes ou surpreendentes que a média dos JRPGs, mas a maneira como o jogo os apresenta, desenvolvendo suas personalidades e interações lentamente, através de pilhas e mais pilhas de texto... mas é um trabalho lento, e no início você não dá muita importância.

Outra coisa curiosa: todos os NPCs tinham nome. O carinha na praça, o vendedor da loja, todo mundo tem nome e uma história. E conforme fui jogando, vi que os diálogos de todos eles mudavam quando algo relevante acontecia no jogo, impressionante. Nunca vi um jogo que se preocupasse em trabalhar até os NPCs mais irrelevantes.

Mesmo assim, a coisa caminhava a passos lentos. Eu ainda não tinha sacado a graça do jogo, continuava achando que era só mais um JRPG e que eu estava perdendo tempo.

Lentamente eu avancei, ao longo de meses. E lá pelo meio do capítulo 2, algo estranho começou a acontecer. Na verdade, já vinha acontecendo antes, bem devagar, e eu não notei. Sem perceber, eu estava começando a gostar muito dos heróis do jogo.

Os momentos finais do capítulo 2 me fisgaram de vez. Não vou spoilar, mas há um longo arco envolvendo a participação dos heróis numa peça de teatro que é totalmente extraordinário. Não é mega-épico, e descrevendo não tem nada demais. Mas depois de dezenas de horas com esses personagens que você vai conhecendo pouco a pouco, aquele foi um momento bem especial. Não é o que acontece, mas sim como acontece.

Estou adorando o jogo, é um dos melhores JRPGs que eu já joguei. Vou continuar seguindo lentamente, porque 1) não tenho muito tempo livre e 2) o jogo é para ser curtido sem pressa. Se você pega um RPG e fica naquela pressão para riscar logo do seu backlog, passe longe porque a lentidão do jogo vai te irritar – e já li que o jogo acaba com gancho para o segundo, o que joga as horas totais de jogatina lá perto das 200 horas.

Agora, se você é do tipo que curte os JRPGs que joga, que quer conversar com todo mundo, conhecer as cidades, as pessoas... velho, dificilmente você vai achar algo melhor que Trails. Que delícia de jogo.
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