Lautrec 🀄
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Now Playing: SATIRIN - MATUSHKA ULTRAFUNK
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Não pense em Hellblade Senua’s Sacrifice como um “God of War“, nem nada do tipo. O tom da história de Senua é muito mais sombrio, por um motivo muito simples: a guerreira é esquizofrênica. E isso é um fator determinante na história, pois o tempo todo fica a dúvida se o que acontece é real, ou são coisas criadas pela mente perturbada dela.

O jogo, desenvolvido pela Ninja Theory, não apenas possui uma protagonista cujos transtornos mentais são minuciosamente apresentados de forma factível, como ainda apresenta um enredo intimista que insere o jogador na pele de Senua.

A personagem é uma guerreira celta que ficou traumatizada depois de seu vilarejo ser invadido por bárbaros vikings e matarem seu amado companheiro Dillion.

Toda a mitologia envolvida em “Hellblade” traz histórias e deuses destas duas culturas nórdicas de forma metafórica enquanto Senua faz uma longa e árdua jornada em busca de Hela, deusa do Reino dos Mortos para quem alguem importante foi sacrificado.

Todo o visual, além de trilha e efeitos sonoros foram propositalmente desenvolvidos para simular as alucinações, visões e flashbacks da jovem celta, que possui claros sintomas de psicose.

O jogador vê e ouve o mesmo que Senua, resultando em momentos de ilusão, agonia, escuridão e diversos sussurros acompanhando seu caminho, falando constantemente sobre como você vai falhar porque é fraca. Isso sem falar que não há qualquer tipo de interface ou tutorial para aumentar a imersão.

Uma dica que eu dou para maior imersividade: experimente jogar com fones de ouvido. Sério, é outro nivel. É quase impossível ficar tranquilo ouvindo murmúrios, gritos, choros e lamentações bem ao seu lado. Isso ocorre pois a gravação das vozes foi feita com microfones binaurais, aqueles que permitem a captação do áudio de forma diferenciada dependendo da direção em que o som foi projetado. É fácil dizer que um jogo é bonito pelo seu visual, mas aqui temos um caso em que o que ouvimos se destaca quase tanto quanto o que vemos. Elas narram a história pregressa daquele mundo, nos avisam quando estamos em perigo e nos dão conselhos contraditórios. Durante uma batalha, uma voz pode te aconselhar a agachar e a outra, a bloquear um golpe. Já aconteceu de uma delas me alertar de um perigo iminente só para que eu me virasse, apavorado, e desse de cara com o nada. Mas isso não quer dizer que elas nunca estejam certas, portanto ignorá-las também é uma escolha arriscada.

A imersão nos delírios da protagonista foi levada muito a sério pela Ninja Theory, que fez pesquisas e discutiu diretamente com especialistas e pacientes que sofrem de transtornos mentais. Assim, tudo que foi inserido no game realmente simula o que ocorre na cabeça de uma pessoa com estes sintomas.

Os enigmas, tão presentes na jogatina, também possuem um propósito de demonstrar como psicóticos lidam com as dificuldades da vida e às vezes montam elaborados quebra-cabeças dos quais só eles entendem, mas que trazem todo um propósito para seguir em frente e desvendá-los para voltar à realidade.

Uma das coisas que eu adoro sobre esse jogo é que logo no começo, surge um aviso de ‘permadeath’. Basicamente, a premissa é de que se você morrer muito, a escuridão tomará o corpo da protagonista e o save será perdido. Aqui, o que vale é a sensação de possível perda, angústia, ansiedade e até medo. Todos sentimentos presentes na mente da protagonista, inseridos no jogador a cada passo dado, a cada novo confronto.

Entre um pouco de exploração e uma busca por runas, temos também o combate, que é parte importante da jornada. Aqui sai o estilo frenético e acrobático que vimos em outros jogos da Ninja Theory e entra algo mais cadenciado, mais “pé no chão”, arrisco dizer que existe até com uma pitada de Souls-like, pois se baseia muito em timing, esquiva e contra-ataque.

"Colocar os jogadores no lugar de uma personagem com um transtorno mental pode ajudá-los a compreender como é ter esse problema, o que ajuda a desmistificar a questão da saúde mental."

"Não há vitória possível quando seu inimigo é a escuridão. Parece que ela ainda não quer matá-la... ", diz a voz. Aquilo me remeteu às muitas conversas sobre depressão e sofrimento que ouvi durante ceias de Natal. A sensação de que a depressão é uma força palpável e externa. Uma força que pode decidir te matar a qualquer momento. "Você acha que pode vencer a escuridão", continua a voz. "Entendê-la. E quando o alívio vem, ela ataca de repente, jogando você de volta no turbilhão. O medo invadindo a mente, cada vez mais e mais, te puxando para profundezas de onde você talvez nunca possa voltar. A cada batalha a escuridão se fortalece. Cada vitória anuncia sua derrota. Injusto, não?"

Sentimos a injustiça na pele. Pessoas com transtornos mentais estão, muitas vezes, em guerra constante contra suas próprias mentes. Uma guerra que pode durar toda uma vida. Uma guerra em que cada vitória é um lembrete das consequências de uma possível derrota. Uma guerra na qual é possível passar anos sem sintomas, até que a música ou a comida errada te jogam de novo numa crise.

De todos os livros, filmes e séries que falam sobre transtornos mentais, nenhum conseguiu recriar esse sentimento tão bem quanto Hellblade: Senua's Sacrifice.
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Jazz 9 Apr @ 2:25pm 
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Jazz 7 Apr @ 8:07pm 
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Lautrec 🀄 6 Apr @ 1:52pm 
Disse tudo!
幽默搞笑人屁话多不高冷好无聊啊 一起玩
Jazz 4 Apr @ 11:24am 
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Jazz 2 Apr @ 6:19pm 
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