Com certeza, essa é uma das novels que irá dividir seu público em dois, creio que seja uma relação simples de: "bom ou meh". Me ponderei muito antes de dar meu veredito e afirmo que seja uma experiência que nem todos vão saborear.

Em primeiro plano, toda a construção da história foi algo que me deixou cativado, pois durante o desenvolvimento das personagens, diversos aspectos da história que estão presentes numa 'rota neutra' são explicados aos poucos, e que no fim acabam fazendo parte de uma composição maior, diversos aspectos importantes existem, mas nem chegam a ser discutidos até seu devido momento chegar. As personagens são legais, mas foram mal exploradas, situação que mais a frente irei explicar. Além do mais, a história consegue em diversos pontos, possuir momentos de total clímax, que as vezes fica meio óbvio todo o desenrolar, mas ainda assim é bem legal. Um aspecto a destacar, é a composição dos diálogos, não sei se foi por causa da época (2003) ou pela tradução em inglês, mas fazia um tempo que não lia diálogos tão inconscientes e malucos, coisa que a princípio parece incomodar, mas logo é possível acostumar e se torna até um charme único da obra. Eu não consigo imaginar Cross Channel sem as piadinhas idiotas e diálogos soltos, e claro, não acho que todos irão gostar desse aspecto, igualmente o protagonista. E falando nele, não acho que seja o melhor personagem de todos os tempos, mas gosto muito de que o protagonista não tem o papel de desempenhar o jogador, sendo apenas um papel em branco sem muita personalidade e muitos menos, complexo emocionalmente; muito diferente do estereótipo ativo e unidimensional em que os protagonistas de novels costuma ser representado, com ideais de honra, justiça, igualdade e tendendo a ser bem passivo e sem muita ação, dependendo muito mais dos personagens em sua volta que costumam ser muito mais icônicos que o próprio protagonista da história, aspecto que se difere bastante em Cross Channel.

O começo da obra é objetivamente muito eficiente em estabelecer os tons e a base da história. A primeira metade do jogo é bem devagar, e vamos sentir que a trama está avançando para uma conclusão só mais para frente, mas afrontar essa primeira parte apenas como algo suportável é algo que não concordo muito, é essencial todo o estabelecimento de tramas contados por flashbacks que vão ser explicados mais a frente, e são usados para construir um conto mais complexo, mas que segue de um problema grave de repetição que será abordado logo logo. Com certeza é um jogo que não tem seu puro foco apenas na lore, apesar de deter um roteiro muito instigante, e sinto que a obra tenta colocar as referências, num sentido filosófico mais teórico ou em todo conceito relativo geral da série, mas que se torna muito confuso, e que para mim em particular passa totalmente batido. E não necessariamente seja algo ruim, muitos podem retratar que existe uma intelectualidade super complexa por trás da obra, afastando o jogador mais casual como se não merecesse aquilo, mas creio que no máximo sua roupagem é o mais complicado, porque diversas informações que completariam a história estão presentes, mas nem chegam a ser discutidos, e que no fim das contas, nem estraga a experiência, pois o objeto de importância dentro de Cross Channel é a caracterização dos personagens. Desde o comportamento e piadinhas entre eles, não apenas servem pra mover a trama, mas para apegar-se aos personagens, e sem isso, seu final seria muito mais apático.

Creio que mesmo após várias horas de jogatina, eu ainda posso afirmar que tive a sensação de que não vi muita coisa a ser desenvolvida (em relação aos personagens) e estou apenas "patinando no mesmo lugar", devido ao grande problema de repetência, é maçante e nem um pouco intuitivo, com certeza um conteúdo que poderia ser reduzido ou retirado, é extremamente chato ter que passar pela mesma cena e diálogos 3 ou 4 vezes e infelizmente isso se pendura ao jogo inteiro, parece não incomodar a princípio mas ele é repetido muitas vezes que com o passar do tempo, se tornou algo enjoativo. E claro, acredito que isso é parte essencial da obra, porque existe toda uma lógica concreta por trás, mas voltando ao centro do disco, é maçante e nem um pouco intuitivo; dei skip em diversos pontos repetentes e não me arrependo (recomendo que faça o mesmo). Mesmo acreditando que a obra busca uma construção profunda de personagens, ela ainda tem problemas, devido ao quase nula a mudança de personalidade do elenco principal e igualmente o protagonista, mesmo em rotas de puro desenvolvimento, seu passo se torna muito devagar, quase que arrastado. Dentro da lore, toda essa crítica colocada pode ser facilmente ignorada ao se questionar sobre o roteiro da obra, e toda uma construção proposital por parte do autor, através da grande repetência e consequentemente falta de desenvolvimento, mesmo intencional, não deixa de ser um aspecto falho e que vai desagradar muitos.

É bem complicado botar em palavras a minha experiência geral sobre essa obra, é uma mistura complexa de amor, ódio, confusão e divertimento. E de forma genérica, creio que foi positiva e talvez tenha valido a pena.

[h1]Contém possíveis spoilers[/h1] Com certeza, essa é uma das novels que irá dividir seu público em dois, creio que seja uma relação simples de: [i]"bom ou meh"[/i]. Me ponderei muito antes de dar meu veredito e afirmo que seja uma experiência que nem todos vão saborear. Em primeiro plano, toda a construção da história foi algo que me deixou cativado, pois durante o desenvolvimento das personagens, diversos aspectos da história que estão presentes numa 'rota neutra' são explicados aos poucos, e que no fim acabam fazendo parte de uma composição maior, diversos aspectos importantes existem, mas nem chegam a ser discutidos até seu devido momento chegar. As personagens são legais, mas foram mal exploradas, situação que mais a frente irei explicar. Além do mais, a história consegue em diversos pontos, possuir momentos de total clímax, que as vezes fica meio óbvio todo o desenrolar, mas ainda assim é bem legal. Um aspecto a destacar, é a composição dos diálogos, não sei se foi por causa da época (2003) ou pela tradução em inglês, mas fazia um tempo que não lia diálogos tão inconscientes e malucos, coisa que a princípio parece incomodar, mas logo é possível acostumar e se torna até um charme único da obra. Eu não consigo imaginar Cross Channel sem as piadinhas idiotas e diálogos soltos, e claro, não acho que todos irão gostar desse aspecto, igualmente o protagonista. E falando nele, não acho que seja o melhor personagem de todos os tempos, mas gosto muito de que o protagonista não tem o papel de desempenhar o jogador, sendo apenas um papel em branco sem muita personalidade e muitos menos, complexo emocionalmente; muito diferente do estereótipo ativo e unidimensional em que os protagonistas de novels costuma ser representado, com ideais de honra, justiça, igualdade e tendendo a ser bem passivo e sem muita ação, dependendo muito mais dos personagens em sua volta que costumam ser muito mais icônicos que o próprio protagonista da história, aspecto que se difere bastante em Cross Channel. O começo da obra é objetivamente muito eficiente em estabelecer os tons e a base da história. A primeira metade do jogo é bem devagar, e vamos sentir que a trama está avançando para uma conclusão só mais para frente, mas afrontar essa primeira parte apenas como algo suportável é algo que não concordo muito, é essencial todo o estabelecimento de tramas contados por flashbacks que vão ser explicados mais a frente, e são usados para construir um conto mais complexo, mas que segue de um problema grave de repetição que será abordado logo logo. Com certeza é um jogo que não tem seu puro foco apenas na lore, apesar de deter um roteiro muito instigante, e sinto que a obra tenta colocar as referências, num sentido filosófico mais teórico ou em todo conceito relativo geral da série, mas que se torna muito confuso, e que para mim em particular passa totalmente batido. E não necessariamente seja algo ruim, muitos podem retratar que existe uma intelectualidade super complexa por trás da obra, afastando o jogador mais casual como se não merecesse aquilo, mas creio que no máximo sua roupagem é o mais complicado, porque diversas informações que completariam a história estão presentes, mas nem chegam a ser discutidos, e que no fim das contas, nem estraga a experiência, pois o objeto de importância dentro de Cross Channel é a caracterização dos personagens. Desde o comportamento e piadinhas entre eles, não apenas servem pra mover a trama, mas para apegar-se aos personagens, e sem isso, seu final seria muito mais apático. Creio que mesmo após várias horas de jogatina, eu ainda posso afirmar que tive a sensação de que não vi muita coisa a ser desenvolvida (em relação aos personagens) e estou apenas [i]"patinando no mesmo lugar"[/i], devido ao grande problema de repetência, é maçante e nem um pouco intuitivo, com certeza um conteúdo que poderia ser reduzido ou retirado, é extremamente chato ter que passar pela mesma cena e diálogos 3 ou 4 vezes e infelizmente isso se pendura ao jogo inteiro, parece não incomodar a princípio mas ele é repetido muitas vezes que com o passar do tempo, se tornou algo enjoativo. E claro, acredito que isso é parte essencial da obra, porque existe toda uma lógica concreta por trás, mas voltando ao centro do disco, é maçante e nem um pouco intuitivo; dei skip em diversos pontos repetentes e não me arrependo (recomendo que faça o mesmo). Mesmo acreditando que a obra busca uma construção profunda de personagens, ela ainda tem problemas, devido ao quase nula a mudança de personalidade do elenco principal e igualmente o protagonista, mesmo em rotas de puro desenvolvimento, seu passo se torna muito devagar, quase que arrastado. Dentro da lore, toda essa crítica colocada pode ser facilmente ignorada ao se questionar sobre o roteiro da obra, e toda uma construção proposital por parte do autor, através da grande repetência e consequentemente falta de desenvolvimento, mesmo intencional, não deixa de ser um aspecto falho e que vai desagradar muitos. É bem complicado botar em palavras a minha experiência geral sobre essa obra, é uma mistura complexa de amor, ódio, confusão e divertimento. E de forma genérica, creio que foi positiva e talvez tenha valido a pena.