à primeira vista, impressiona visualmente. O mundo é bonito, detalhado, e o ambiente é realmente agradável de explorar. Mas, infelizmente, esse é o único ponto que vejo como positivo. Embora se enquadre no gênero de automação de fábricas, o jogo falha drasticamente em suas mecânicas centrais de construção.

Como um jogo focado na construção de fábricas, o maior problema de Satisfactory é, ironicamente, a própria construção. O processo de construir edifícios é maçante, repetitivo e desinteressante. Passar horas construindo fábricas deveria ser o aspecto mais empolgante, mas acaba sendo uma tarefa chata e desgastante. Em comparação com outros jogos do gênero, como Factorio e Dyson Sphere Program, Satisfactory fica muito aquém.

Em Factorio, por exemplo, a evolução do jogo é muito mais fluida graças a mecânicas como blueprints, bots de construção e logística, e a simples possibilidade de copiar e colar receitas entre fabricadores(Sim eu sei que satisfactory tem isso tb mas do jeito que está não é funcional. tipo porque eles não fizeram isso no mesmo jeito que você troca as cores da fábrica não seria muito mais fácil o que você ficar usando o ctrl c ctrl v?). Já Dyson Sphere Program também oferece ferramentas que tornam a construção e expansão de fábricas uma experiência mais dinâmica e prazerosa. Satisfactory, no entanto, torna esse processo absurdamente lento e limitado.

Uma das minhas maiores críticas ao jogo é o sistema de blueprints. em Satisfactory o sistema é pateticamente limitado. Embora eu entenda que as blueprints estejam bloqueadas até certa parte do progresso para forçar o jogador a aprender as mecânicas, quando finalmente você desbloqueia essa funcionalidade, ela é frustrante.

A área para criar projetos é ridiculamente pequena, e você precisa estar em um local específico do mapa para isso. Não há como simplesmente copiar uma parte da sua fábrica e replicá-la em outro lugar de forma prática. Além disso, o jogo impõe um limite de desconstrução de 50 peças por vez, o que não faz sentido nenhum. Por que existe esse limite? Por que 50? Essa mecânica, além de antiquada, impede qualquer fluidez no gameplay.

Um dos poucos elementos que diferencia Satisfactory dos outros jogos do gênero é o sistema de receitas alternativas para a produção de materiais. Na teoria, isso é interessante, pois te força a adaptar e reconstruir suas fábricas conforme avança no jogo. Na prática, porém, a necessidade de reconstruir várias vezes se torna um pesadelo devido à ineficiência da construção.

Novamente, comparando com Factorio, onde é extremamente fácil escalar suas fábricas ou replicar projetos, a falta de ferramentas decentes de construção em Satisfactory faz com que essa mecânica pareça mais um castigo do que uma oportunidade para otimizar sua produção.

Em jogos como Factorio ou Dyson Sphere Program, se você quiser usar blueprints da comunidade, tudo o que você precisa fazer é copiar e colar um código dentro do próprio jogo. Simples, direto, eficiente. Em Satisfactory, você precisa fechar o jogo, baixar um arquivo de projeto, colocá-lo manualmente em uma pasta específica e só então reabrir o jogo para utilizá-lo. Isso é algo tão burocrático e desnecessário que chega a ser impressionante. Como outros jogos conseguem fazer isso de forma simples, e Satisfactory não?

Inimigos Sem Propósito
Outro ponto que não faz sentido é a inclusão dos inimigos. Eles parecem ter sido inseridos só para preencher o mapa, mas sua presença não agrega em nada. Eles não são difíceis, não representam uma ameaça real e não influenciam no progresso do jogo. Se os inimigos fossem removidos, a experiência não mudaria em nada. Um exemplo de uso eficiente de inimigos é Factorio, onde as criaturas atacam suas fábricas e criam um elemento de desafio e estratégia. Em Satisfactory, eles são apenas irritantes e não trazem nenhum valor à jogabilidade.

Satisfactory tem um potencial gigantesco, mas suas falhas nas mecânicas principais de construção o tornam frustrante e cansativo. Se a equipe de desenvolvimento melhorar o sistema de blueprints e torná-lo mais intuitivo e prático, o jogo teria muito mais a oferecer. No entanto, no estado atual, jogar Satisfactory é uma experiência exaustiva, onde o que deveria ser divertido construir e automatizar, acaba sendo tedioso e sem recompensa.