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Após 34,3 horas absolutamente vertiginosas dedicadas à gloriosa prática da escalada virtual em PEAK, venho por meio desta declarar, com toda a solenidade que me é possível reunir, que esta obra não é apenas um jogo: é uma experiência transcendental de superação, frustração cômica e êxtase montanhoso.

Dotado de mecânicas aparentemente simples, mas de execução endiabradamente precisa, PEAK exige não apenas coordenação motora e reflexos apurados, mas também uma resiliência emocional digna de monges tibetanos. Em vários momentos, senti como se estivesse negociando não com um jogo, mas com a própria natureza digitalizada e posta à prova no mais puro caos gravitacional.

A física (tão realista que beira a crueldade) torna cada movimento uma dança milimetricamente orquestrada entre a barra de estamina e uma queda frustrante.

Há algo de poeticamente horrível em ver quatro almas desesperadas despencarem juntas após uma hora e meia de progresso meticuloso, unidas por um grito coletivo e o riso nervoso da desgraça compartilhada. Poucos jogos conseguem fazer do fracasso um momento de comunhão, e este, meus amigos... é um deles.

Faltam-me poucas conquistas para a consagração divina (platinar) e posso afirmar, sem qualquer ironia, que cada segundo destas 34,3 horas investidas, foi magnífico.

Recomendo este título com a mais alta honraria que um alpinista digital veterano pode oferecer: o tempo genuinamente bem gasto.

"Caio, logo existo."
- Bing Bong, filósofo, mártir e criatura de aparência duvidosa e sabedoria inquestionável.