No escritório, entre teclas a tilintar,
Há uma colega que não pára de sonhar.
Ela lá, na sua própria dimensão,
Mandriona, divaga na distração.

Belga é seu nome, peculiar e audaz,
No telemóvel, seu refúgio eficaz.
Com o namorado, passa horas a falar,
Enquanto o trabalho fica a esperar.

Palavras doces, mentiras no ar,
Ela constrói um mundo a encantar.
Histórias mirabolantes, sem fim,
No universo virtual, é só para ela, enfim.

No escritório, todos a observar,
A dança das mentiras a desenrolar.
Mas Belga persiste, indiferente ao olhar,
Teclado e risos, ela não para de amar.

O chefe suspira, a paciência se esvai,
Belga persiste, no seu mundo jamais cai.
E ela lá, entre risos e ilusão,
No telemóvel, dança sua própria canção.

Enquanto a produtividade se desfaz,
Belga tece mentiras como se fossem paz.
No escritório, ela reina sem perceber,
A rainha das desculpas, a sorrir e a esconder.

E assim segue o dia, entre telemóveis a tocar,
Belga, a mestra das histórias a inventar.
E ela lá, na sua doce distração,
No universo paralelo da sua ilusão.