Zé Ramalho e Orquesta Sinfônica da Paraíba - Beira-Mar

Eu entendo a noite como um oceano
Que banha de sombras o mundo de sol
Aurora que luta por um arrebol
Em cores vibrantes e ar soberano
Um olho que mira nunca o engano
Durante o instante que vou contemplar

Além, muito além, de onde quero chegar
Caindo a noite me lanço no mundo
Além do limite do vale profundo
Que sempre começa na beira do mar
Na beira do mar

Por dentro das águas há quadros e sonhos
E coisas que sonham o mundo dos vivos
Peixes milagrosos, insetos nocivos
Paisagens abertas, desertos medonhos
Léguas cansativas, caminhos tristonhos
Que fazem o homem se desenganar
Há peixes que lutam para se salvar
Daqueles que caçam em mar revoltoso
E outros que devoram com gênio assombroso
As vidas que caem na beira do mar
Na beira do mar

E até que a morte eu sinta chegando
Prossigo cantando, beijando o espaço
Além do cabelo que desembaraço
Invoco as águas a vir inundando
Pessoas e coisas que vão arrastando
Do meu pensamento já podem lavar
No peixe de asas eu quero voar
Sair do oceano de tez poluída
Cantar um galope fechando a ferida
Que só cicatriza na beira do mar
É na beira do mar
Na beira do mar

Ê, boi, ê, boi


Raimundos - Puteiro em João Pessoa

Não há em toda João Pessoa
Lugar melhor que o Roda Viva
E foi pra lá que nóis rumamos
Quase nos desenfreamos
Nóis num tinha nenhum plano
E os cabra foram saindo


Zé Sanfoneiro e Zé Filho - Eu acho é massa essa onda de vaquejada

Já mandei alimentar meu alazão
Já mandei dar banho e botar no caminhão
Tem duas coisas que eu faço
Que gosto e acho bacana
É botar o boi na faixa
E derrubar mulher na cama