Quando eu era moleque e vi Starship Troopers pela primeira vez, eu não entendia metade da crítica política, mas entendia uma coisa: aquilo era épico. Soldados jogados em planetas hostis, bugs gigantes, frases de efeito, sacrifício, caos e glória — tudo aquilo ficou na minha cabeça por anos.
Agora, décadas depois, Helldivers 2 finalmente me entregou a experiência interativa que aquele filme me prometeu.

E não é exagero: o jogo é a tradução perfeita do sentimento de estar em uma guerra perdida com estilo.

Uma carta de amor aos filmes B com alma A+
Helldivers 2 não tenta ser um shooter “limpinho” ou militarizado demais. Aqui é pancadaria tática, com muito sangue, munição controlada, quedas de pods cinematográficas e mortes estúpidas causadas pelo próprio time — como todo bom Helldiver merece.

O jogo é cooperativo na essência. Você e seu esquadrão (de até 4 pessoas) não estão tentando salvar o universo. Vocês estão sendo jogados nele com um objetivo claro: entregar democracia gerenciada sob fogo cruzado. A ironia, o tom satírico e a propaganda exagerada lembram cada segundo que você é só mais um peão glorificado de uma superpotência intergaláctica — e vai morrer como tal.

Destaques técnicos:
Combate tático em terceira pessoa:
Não é só correr e atirar — é mirar, recarregar no tempo certo, chamar reforços, usar Stratagems com precisão e cobrir seu parceiro porque os inimigos vêm em ondas, de todos os lados, e sem dó.

Sistema de Stratagems brilhante:
Lembra aqueles momentos de Starship Troopers quando alguém grita “CALL THE NUKE!”?
Aqui, você chama suporte, armas, munição, torretas, evacuação — tudo com comandos manuais que você precisa memorizar e executar sob pressão. É tenso, satisfatório e ridiculamente heróico.

Ambientes e clima dinâmicos:
Cada missão tem um planeta diferente, com climas que mudam tudo — tempestades elétricas, nevascas, areia densa. Às vezes, o ambiente é mais perigoso que os próprios bugs.

Inimigos variados e implacáveis:
Se os Terminids (os "bugs") te lembram os Arachnids, é porque a inspiração é clara — e eles são tão letais quanto. E se você acha que os Autômatos são só robôs, espere até eles te flanquearem e explodirem metade da sua equipe sem você perceber.

Campanha comunitária com consequências:
As vitórias (e derrotas) dos jogadores ao redor do mundo afetam o progresso da guerra em tempo real. E isso dá uma sensação coletiva de esforço — você está lutando uma guerra maior do que só sua tela.

Conclusão pessoal:
Helldivers 2 é tudo o que eu queria quando vi Starship Troopers pela primeira vez.
É barulhento, exagerado, glorioso, frustrante, cômico e viciante. Você vai morrer por pisar em uma mina amiga, por chamar o pod de munição em cima de você, ou por atirar na torreta do seu colega sem querer — e vai dar risada, reviver e fazer tudo de novo.

Altamente recomendado para quem cresceu amando ficção militar trash com coração, para quem gosta de jogos cooperativos intensos, e para quem entende que, às vezes, a vitória não vem pela skill — vem pelo sacrifício e pelo caos coordenado.

“Do your part.” Eu tô fazendo a minha. E você?