Fique longe desse jogo.

Não se engane pelas artes simples e os memes engraçados, sua vida nunca será a mesma…

De início será demorado para liberar as coisas, e quando você pensa que vai conseguir ter uma arma forte para upar mais rápido, irá aparecer um monstro ainda mais forte e tudo irá iniciar novamente. O jogo quer ter a certeza de que você nunca esqueça o quão insignificante é, enquanto suga sua alma lentamente.

Espero que nem meu inimigo tenha que jogar esse jogo, até porque eu quero acabar com ele pessoalmente, e caso ele comece a cuidar deste detestável Idle eu não vou ter a oportunidade de dar um fim no miserável.

Aí vai uma dica.

Imagino que até usar drogas ou se tornar um alcoólatra seria uma boa, mas esse Idle acaba com famílias inteiras e transformam qualquer um em possível ameaça para si mesmo ou outras pessoas.

Saia um pouco de casa, faça amigos fora da ‘internet’ e quem sabe até encontre alguém especial, mas por favor não abra esse jogo, igual o erro que cometi na minha vida.

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EDIT: Essa foi a minha primeira análise sobre o jogo, feita quando eu já sabia que tinha um problema, mas não tinha ideia de quanto sofrimento ainda tinha pela frente. Eu ainda nem tinha ido para a dificuldade Sadistic. A essa altura, já eram 6.024,2 horas de NGU. Eu não tinha a menor noção de que a descida ao inferno era ainda mais longa do que eu imaginava.

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Sobrevivi, mas a que custo?

Eu finalmente zerei NGU Idle. Foram 12.600 horas da minha vida. Um ano e meio de expediente em tempo integral, ou o tempo que um ser humano médio leva para ir do nascimento à puberdade — ou, no meu caso, de um ser humano funcional a um casulo de memes e frustração. Chegar ao "fim" de NGU Idle não é uma vitória, é uma libertação. E, como toda libertação, ela vem com um preço: o vazio existencial.

Eu me libertei da tirania de ver um contador de tempo subir, mas agora o que me resta? Um inventário virtual cheio de itens inúteis e a lembrança de chefes que me humilharam por meses. A sensação não é de conquista, é de alívio. Um alívio silencioso, como o de quem sobrevive a uma cirurgia de risco e só consegue pensar em como a batata frita do Burger King era boa.

O jogo me treinou para ser um especialista em microgerenciamento de números crescentes e para aceitar o fracasso como um estilo de vida. Talvez essa experiência me prepare para o mercado de ações? Ou para lidar com a burocracia do governo? Provavelmente não. O que fica é a habilidade de transformar a inação em progresso, e essa é uma habilidade que, convenhamos, já é muito bem desenvolvida no Brasil.

A Lição Final (e a Maldição)

A missão mais difícil de todas não foi zerar o jogo, mas sim voltar à realidade. Enquanto o NGU Idle sugava minha alma em segundo plano, eu tentei viver uma vida de filme para me convencer de que havia algo mais a me prender do que um contador digital. Fiz cursos de Python, ouvi tanta música que as plataformas de streaming pediam para eu ter piedade delas, e até comecei a ir à academia, tudo para abafar o som dos contadores do jogo. O ódio pelo jogo cresceu tanto que eu preferia fugir do meu próprio lar, porque o simples pensamento de voltar para casa me lembrava da minha prisão.

Pulei de paraquedas, joguei outros games e conheci novas pessoas, e a primeira coisa que eu fazia era, rangendo os dentes, avisá-los do meu trauma e do meu ódio mortal por essa porcaria.

Não importava o que eu fizesse, o jogo era minha sombra, rindo de cada tentativa patética de viver uma vida normal. Cheguei a sair de dois empregos, sentindo um tipo de liberdade que só pode ser comparada à de um prisioneiro que escapa da cadeia para ir a outra, mas de alguma forma, eu continuava preso. E mesmo com todas essas loucuras, a verdadeira liberdade só veio após 12.736 horas, quando finalmente consegui o final verdadeiro, e o jogo percebeu que não tinha mais para onde ir com a minha sanidade e não poderia mais me machucar.

Para vocês, uma dica: saiam de casa, vejam o sol, e tentem ter uma conversa com um ser humano sem a necessidade de um "auto-clicker".

Ao desenvolvedor: eu te odeio com todas as minhas forças e, sinceramente, espero que você não esteja fazendo o NGU IDLE 2. Porque, se estiver, salve-se quem puder, pois já tenho trauma suficiente para uma vida inteira.
E para qualquer um com dois neurônios que esteja lendo isso: por favor, FIQUEM LONGE DESSA PORRA DE JOGO.

Fique longe desse jogo. Não se engane pelas artes simples e os memes engraçados, sua vida nunca será a mesma… De início será demorado para liberar as coisas, e quando você pensa que vai conseguir ter uma arma forte para upar mais rápido, irá aparecer um monstro ainda mais forte e tudo irá iniciar novamente. O jogo quer ter a certeza de que você nunca esqueça o quão insignificante é, enquanto suga sua alma lentamente. Espero que nem meu inimigo tenha que jogar esse jogo, até porque eu quero acabar com ele pessoalmente, e caso ele comece a cuidar deste detestável Idle eu não vou ter a oportunidade de dar um fim no miserável. Aí vai uma dica. Imagino que até usar drogas ou se tornar um alcoólatra seria uma boa, mas esse Idle acaba com famílias inteiras e transformam qualquer um em possível ameaça para si mesmo ou outras pessoas. Saia um pouco de casa, faça amigos fora da ‘internet’ e quem sabe até encontre alguém especial, mas por favor não abra esse jogo, igual o erro que cometi na minha vida. ⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘ EDIT: Essa foi a minha primeira análise sobre o jogo, feita quando eu já sabia que tinha um problema, mas não tinha ideia de quanto sofrimento ainda tinha pela frente. Eu ainda nem tinha ido para a dificuldade Sadistic. A essa altura, já eram 6.024,2 horas de NGU. Eu não tinha a menor noção de que a descida ao inferno era ainda mais longa do que eu imaginava. ⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘ Sobrevivi, mas a que custo? Eu finalmente zerei NGU Idle. Foram 12.600 horas da minha vida. Um ano e meio de expediente em tempo integral, ou o tempo que um ser humano médio leva para ir do nascimento à puberdade — ou, no meu caso, de um ser humano funcional a um casulo de memes e frustração. Chegar ao "fim" de NGU Idle não é uma vitória, é uma libertação. E, como toda libertação, ela vem com um preço: o vazio existencial. Eu me libertei da tirania de ver um contador de tempo subir, mas agora o que me resta? Um inventário virtual cheio de itens inúteis e a lembrança de chefes que me humilharam por meses. A sensação não é de conquista, é de alívio. Um alívio silencioso, como o de quem sobrevive a uma cirurgia de risco e só consegue pensar em como a batata frita do Burger King era boa. O jogo me treinou para ser um especialista em microgerenciamento de números crescentes e para aceitar o fracasso como um estilo de vida. Talvez essa experiência me prepare para o mercado de ações? Ou para lidar com a burocracia do governo? Provavelmente não. O que fica é a habilidade de transformar a inação em progresso, e essa é uma habilidade que, convenhamos, já é muito bem desenvolvida no Brasil. A Lição Final (e a Maldição) A missão mais difícil de todas não foi zerar o jogo, mas sim voltar à realidade. Enquanto o NGU Idle sugava minha alma em segundo plano, eu tentei viver uma vida de filme para me convencer de que havia algo mais a me prender do que um contador digital. Fiz cursos de Python, ouvi tanta música que as plataformas de streaming pediam para eu ter piedade delas, e até comecei a ir à academia, tudo para abafar o som dos contadores do jogo. O ódio pelo jogo cresceu tanto que eu preferia fugir do meu próprio lar, porque o simples pensamento de voltar para casa me lembrava da minha prisão. Pulei de paraquedas, joguei outros games e conheci novas pessoas, e a primeira coisa que eu fazia era, rangendo os dentes, avisá-los do meu trauma e do meu ódio mortal por essa porcaria. Não importava o que eu fizesse, o jogo era minha sombra, rindo de cada tentativa patética de viver uma vida normal. Cheguei a sair de dois empregos, sentindo um tipo de liberdade que só pode ser comparada à de um prisioneiro que escapa da cadeia para ir a outra, mas de alguma forma, eu continuava preso. E mesmo com todas essas loucuras, a verdadeira liberdade só veio após 12.736 horas, quando finalmente consegui o final verdadeiro, e o jogo percebeu que não tinha mais para onde ir com a minha sanidade e não poderia mais me machucar. Para vocês, uma dica: saiam de casa, vejam o sol, e tentem ter uma conversa com um ser humano sem a necessidade de um "auto-clicker". Ao desenvolvedor: eu te odeio com todas as minhas forças e, sinceramente, espero que você não esteja fazendo o NGU IDLE 2. Porque, se estiver, salve-se quem puder, pois já tenho trauma suficiente para uma vida inteira. E para qualquer um com dois neurônios que esteja lendo isso: por favor, FIQUEM LONGE DESSA PORRA DE JOGO.