[UM DESABAFO]

Nunca pensei que um jogo pudesse me consumir da forma como Baldur’s Gate 3 fez. Quando os créditos começaram a rolar, senti um misto esmagador de satisfação e vazio, uma alegria agridoce que só grandes histórias conseguem evocar. Não era apenas o fim de uma aventura; era o fim de uma vida que vivi dentro daquele mundo. Fui herói, quebrei juramentos sagrados, estendi a mão para salvar quem pude e ofereci perdão onde meu coração sentia o peso da escolha. No final, prometi felicidade ao lado de quem amei, chorei por aqueles que perdi, e abracei com lágrimas de esperança a nova vida que florescia diante de mim.

Baldur’s Gate 3 não foi apenas um jogo. Não foi apenas uma sequência de cliques e diálogos. Eu estive lá. Eu respirei o ar denso das batalhas, senti a dor das perdas, me desesperei nas escolhas impossíveis e celebrei cada vitória como se fosse minha. A linha entre o jogo e a minha realidade se dissolveu a ponto de eu não estar apenas jogando, mas vivenciando algo único. A cada decisão, cada combate, cada interação, a imersão me puxava mais fundo, e quando a jornada terminou, parte de mim permaneceu naquele mundo, para sempre.

Esta é uma obra feita com um amor palpável. Cada detalhe, por menor que seja, carrega um nível de cuidado e dedicação que faz toda diferença. Desde as complexas ramificações da história até o brilho nos olhos de um personagem ao revelar uma verdade amarga. Foi meu primeiro jogo com combates por turno, algo que sempre relacionei com o distanciamento emocional... mas aqui foi o oposto. A mecânica me trouxe para perto, mais conectado, como em um verdadeiro RPG de mesa, onde cada ação pesa e cada escolha reverbera.

Recomendo este jogo com toda minha alma, sem hesitar. Não importa o preço ou o tempo que você precisará dedicar — o que você experimentará transcende qualquer investimento. Eu terminei em quase 58 horas, mas ainda há centenas de destinos possíveis que mal posso esperar para explorar. E cada um deles promete uma experiência igualmente rica e devastadora.

Já joguei muitos jogos antes — narrativas profundas, rasas, medianas; jogabilidades que variam entre o puro prazer e a frustração completa. Mas posso dizer com convicção que Baldur’s Gate 3 é diferente. É uma obra-prima em todos os sentidos, uma experiência que elevou o padrão de qualquer história, seja em jogos, livros ou filmes.

Claro, o jogo tem suas falhas. Seria ingênuo fingir que não. E ainda assim, a intensidade emocional e a profundidade que senti em cada escolha, cada detalhe, ofuscaram qualquer defeito. Houve, é verdade, uma falha específica que me fez chorar, uma tristeza que me atingiu profundamente. Mas até essa dor fazia parte do todo, algo que só um jogo tão bem elaborado poderia evocar.

No fim, Baldur's Gate 3 não é só um jogo. É uma jornada pessoal, uma vivência que me transformou, e uma das experiências mais poderosas que já tive na vida..