Quase duas décadas se passaram e esse jogo ainda nos mantém reféns como um relacionamento tóxico que a gente não tem coragem de terminar. Nove classes completamente quebradas, chapéus mais valiosos que um carro usado e uma comunidade que teima em manter esse trem desgovernado nos trilhos, mesmo com a Valve tratando o jogo como aquele projeto que você jurou que ia terminar, mas nunca terminou.

É justo? Nem um pouco. O matchmaking parece decidir seu time baseado num jogo de dados cósmico. Atualizações? A última grande foi quando o Heavy ainda tinha medo de Spy. Mas onde mais você encontra um Medic bêbado curando um Scout que só sabe correr para frente, enquanto um Engenheiro gordo constrói sentado em cima da caixa de ferramentas? O jogo é tão único que, mesmo com servidores cheios de bots com nomes criativos como "xX_FurryPlayer_Xx", ainda consegue ser mais divertido que 90% dos jogos "sérios" por aí.

TF2 é como aquele amigo problemático que sempre arruma confusão: te deixa put... faz você gritar "NUNCA MAIS!", mas no dia seguinte tá lá, dando rage em 2Fort às 3 da manhã. E é exatamente isso que o torna especial: num mundo de jogos que levam a si mesmos a sério demais, TF2 abraça o caos e a loucura com orgulho.